Por: RAFAEL MARTINS
Advogado itajaiense, especialista em eleições e analista político
@rafamartinsitj
Sim, é melhor lidar com 213 milhões de opiniões irritantes, contraditórias e até absurdas, do que entregar o poder de decidir o que pode ou não ser dito a 11 pessoas — por mais “iluminadas” que se considerem.
A liberdade de expressão é caótica. Vai ter gente falando besteira, espalhando ideias ruins, sendo agressiva ou hipócrita. Mas ainda assim, é o preço da liberdade. E liberdade não se regula por conveniência — ou todos têm, ou ninguém tem.
O problema é quando 11 ministros, sem terem sido eleitos por ninguém, decidem o que é “discurso de ódio”, o que é “fake news”, e quem pode ou não se expressar. Isso não é proteger a democracia — é controlá-la por cima.
O “pequeno tirano” do dia a dia pode encher o saco, mas não tem o poder de calar, prender ou censurar. Já o Estado, quando se acha dono da verdade, vira ameaça real à liberdade. E quando a censura é feita “para o bem”, é ainda mais perigosa — porque vem com verniz de moralidade.
Democracia é barulhenta. É desconfortável. Mas o silêncio imposto por cima é muito mais assustador.
Por isso, entre o caos da liberdade e a ordem da censura, eu fico com o caos.
Sempre.
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