Promessa de investimentos em segurança pública ainda não resolve demandas antigas da região e que travam atendimentos policiais

O secretário de Estado da Segurança Pública, Flávio Rogério Graff, esteve na região, nesta semana, em reunião com o colegiado da Amfri – a Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí, para detalhar o Programa de Reconhecimento Facial – ProRef, que prevê investimento inicial do Governo do Estado na ordem de R$ 40 milhões. A iniciativa visa aumentar a segurança em áreas urbanas e escolares com o uso de tecnologias avançadas de vigilância, cruzamento de dados e inteligência artificial. A prefeita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan, coordenou a reunião.

O ProRef prevê a criação de 15 centros de processamento de dados, integração com o sistema BEM-TE-VI, ampliando para até 20 mil câmeras; proteção de 248 escolas estaduais e aproximadamente 240 mil alunos; aplicações em segurança urbana, escolar, grandes eventos, combate à violência doméstica, identificação de foragidos, desaparecidos e pessoas em situação de rua. Os investimentos devem priorizar 60 municípios com mais de 26.500 habitantes, que concentram 76% da população e 73% dos homicídios do Estado.

Problemas ainda sem solução

O anúncio desse investimento ainda não resolve parte dos problemas de segurança da região. É um problema crônico a falta de delegacias com estrutura adequada e efetivo policial. Em Barra Velha, uma única delegacia investiga sete homicídios cometidos em 45 dias. Já em Balneário Piçarras, apesar do município registrar um assassinato recente, as ocorrências se acumulam e os flagrantes são lavrados em Itajaí ou Balneário Camboriú, obrigando o deslocamento de policiais militares. Em Penha, eventos públicos já foram suspensos por falta de viaturas e efetivo, como ocorreu em outubro de 2024. Em março deste ano, o 25º Batalhão de Polícia Militar recebeu quatro novos policiais para Balneário Piçarras, cinco para Penha e oito para Barra Velha, considerado um pequeno alívio.

No entanto, mesmo com essa chegada de agentes, as cidades permanecem vulneráveis devido à centralização dos procedimentos criminais e ausência de bases próprias.

As demandas consideradas urgentes pelos prefeitos resultaram num ofício com uma lista de pedidos entregue ao secretário, durante a reunião. O programa fala em inteligência para “suprir carência de policiais”, mas não substitui presença policial física em cidades como Penha, Barra Velha e Piçarras, que ainda precisam mandar viaturas para outras cidades para realizar flagrantes e perícias.

O coronel Sinval Santos da Silveira Junior, secretário Adjunto da SSP, também presente no encontro, reforçou o compromisso do Estado em tornar Santa Catarina ainda mais segura, mesmo já ocupando o primeiro lugar no país em menor taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Para isso, o projeto de reconhecimento facial vai muito além da vigilância — ele é uma ferramenta estratégica de prevenção, investigação e proteção social. “Nosso desafio hoje não é superar outro Estado. É superar a nós mesmos. Nosso concorrente somos nós mesmos”, afirmou.

Com informações e fotos de Assessoria de Imprensa AMFRI

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