Na manhã desta sexta-feira (18), a Polícia Civil de Navegantes cumpriu um mandado de prisão preventiva contra o ex-prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, suspeito de liderar um grupo envolvido em um complexo esquema de fraudes financeiras relacionado a contratos de garantia de aluguel. A ação faz parte de uma investigação que apura crimes de estelionato e apropriação indébita cometidos pelo grupo desde o início de 2025.
Durante a operação, além da prisão de Bosi, foram realizadas buscas e apreensões, suspensão das atividades econômicas das empresas suspeitas e bloqueio de valores que somam cerca de R$ 1,5 milhão. As autoridades também identificaram e investigam outras seis pessoas que teriam participado do esquema.
Segundo a Polícia Civil, o grupo operava por meio de empresas que se apresentavam como garantidoras de aluguel, oferecendo cobertura para pagamentos de locatários inadimplentes. No entanto, essas empresas não tinham autorização nem registro junto à Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão responsável pela regulamentação do setor, e em muitos casos induziam clientes a acreditar que se tratava de seguradoras regulares.
As investigações apontam que, com o tempo, os responsáveis criaram novas empresas e passaram a incluir cláusulas consideradas abusivas nos contratos, dificultando repasses às imobiliárias parceiras e postergando pagamentos. Isso teria provocado prejuízos milionários, levando algumas imobiliárias à falência ou à necessidade de transferirem suas carteiras de clientes para outras empresas.
Entre as companhias ligadas ao esquema estão a Onda Segura, com sede em Navegantes, e a S8 Garante, registrada em um endereço comercial na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. A polícia constatou que, no local paulista, funcionam outros negócios sem ligação com os investigados, o que levanta dúvidas sobre a real estrutura das operações.
De acordo com as investigações, os envolvidos teriam mantido um padrão de vida elevado durante o período de atuação, com moradia em imóveis de alto padrão e uso de veículos de luxo. A Polícia Civil continua as apurações para identificar todas as vítimas e dimensionar o impacto financeiro total do suposto golpe, que pode ultrapassar R$ 15 milhões, segundo informações de investigadores.
Autoridades orientam que possíveis vítimas ou pessoas com informações sobre o caso entrem em contato com a polícia por meio do telefone 181, com garantia de anonimato.


Deixe uma resposta